Melhoria Contínua, aquilo que os japoneses chamam “Kaizen”, é uma filosofia que parte do princípio de que nenhum processo pode ser considerado perfeito e sempre pode ser melhorado.
Visa, portanto, identificar e eliminar desperdícios em todos os processos, considerando como desperdício tudo aquilo que não agrega valor sob a ótica do Cliente.
Eliminar desperdícios constantemente em busca de excelência operacional, aumentar a produtividade e qualidade, reduzir custos e entregar aquilo que o cliente deseja no momento certo é, portanto, palavra de ordem para organizações que buscam aumento constante de competitividade.
Em momentos de Crises ou dificuldades acentuadas, Melhoria Contínua não é somente palavra de Ordem, mas de SOBREVIVÊNCIA.
Como diz uma famosa frase de autor desconhecido: “You can’t do today’s job with yesterday methods and be in business tomorrow”. Em tradução livre: “Você não pode fazer o trabalho de hoje com os métodos de ontem e permanecer no negócio amanhã”.
Nestes momentos, se faz necessário adaptar os processos e custos à nova realidade, tornar a empresa suficientemente enxuta e flexível para atravessar com segurança os momentos de turbulência. Ortega y Gasset, filósofo espanhol, diria “yo soy yo y mi circunstancia”, ou seja, “eu sou eu e minha circunstância”. Conceito perfeitamente adaptável às organizações, considerando a necessidade de se adaptar perante aquilo que não podemos controlar.
Processos de mudança demandam investimentos, dedicação, e esforços adicionais à rotina em busca de retornos financeiros e/ou econômicos. Contudo, na grande maioria das vezes as mudanças não são corretamente gerenciadas, os projetos são mal conduzidos ou liderados, e acabam não trazendo os resultados esperados, gerando desperdício de tempo e dinheiro. Trazendo angústia, frustrações e descrédito.
As consequências desses repetidos processos de tentativas e erros são devastadoras nas organizações. Com o passar do tempo cria-se uma camada protetora da zona de conforto. Uma cultura organizacional resistente a mudanças. Quantos de nós consultores, gestores, líderes e/ou agentes de mudanças, já não escutamos a tão repetida frase: “pra que mudar? Nós sempre fizemos assim!” Ou então: “A ideia é boa, mas já tentaram isso antes…”.
Essa resistência faz com que muitas empresas posterguem projetos, ideias e melhorias em troca de uma falsa sensação de estabilidade e paz evitando as esperadas frustrações. Assim, apesar de parecer clichê, Crise é sim sinônimo de Oportunidades.
É momento de fazer os projetos de melhorias saírem do papel, quebrar as resistências e garantir a navegabilidade o mais segura possível durante a tempestade. É uma excelente oportunidade para deixar para trás essa cultura negativista e transformá-la em uma cultura oxigenada, que encare com otimismo, entusiasmo e sem vaidades as mudanças que vem para melhor. Uma cultura que permita que pessoas de outros setores e empresas deem seus pontos de vista e contribuam para a construção do novo. Uma cultura na qual além do custo de fazer algo, também se leve em consideração o custo de não fazer nada.
Eliminar gorduras e criar musculatura é um processo que demanda sacrifício e empenho. Mas se bem conduzido, com conhecimento, método e, uma liderança preparada, é um processo emocionante e extremamente gratificante.
A musculatura criada na tempestade nos deixa preparados para aproveitar as oportunidades em momentos de bonança.
Rodrigo López
Sócio Consultor da IMPULSE Management Consulting
Especialista em Melhoria Contínua / Blackbelt em Lean Six Sigma
Administrador pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Economista pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
E-mail: rodrigolopez@impulse.consulting
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/rodrigo-lópez1987
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